sábado, 17 de novembro de 2007

hoje..........

Mais um dia, frio, chuvoso, sem graça,
As lágrimas insistem em cair, paro, não deixo,
Isto será fraqueza, não posso.

Torno a olhar o visor
Escrevo, sozinha no meu canto
Tudo quieto, não quero som, nem barulho algum
Deixe-me sozinha,
Vivo assim, sou assim, quero ser assim
Contam com minha presença, quando não as têm, quero contar com a presença de alguém,
Agora que quem não tem sou eu...
Fico pensando, vida
Vida ingrata, sonhos desfeitos, não realizados, apagados
Nos dias sombrios, tardes molhadas,
Sozinha no meu canto, escrevo, penso, raciocino? Não sei
Talvez não, vou deixando cair as letras, formam palavras
As lágrimas? Não, não as deixo cair
Não posso, não posso demonstrar que sou fraca
Me faço de forte, faço parecer a todos
Uma fortaleza, que na verdade não existe,
Pura ilusão, nem um canto de pássaro, também chove, estão recolhidos,
Ouço pessoas falando debaixo de minha janela
Pessoas andam de um lado para outro, como se tivessem pressa
Outras não, vão devagar,
Vem um som de música, carro de som, alguma propaganda
Vento nas costas, silêncio em casa.
As vozes sumiram, passaram, carro buzina, silêncio de novo
Só o barulho das teclas , escrevo,
Saudades de todos, que já se foram, e dos
Que ainda estão no mundo.
Mas tudo longe, distante, hoje não precisam de mim, todos têm companhia,
Som ao longe, carro vem vindo, passa correndo, buzinas
E as crianças? Onde estão? De folga hoje, o colégio vizinho está silencioso.
Só o barulho das teclas...
Doce ilusão de uma falsa felicidade
Penso: os que me devem, não pagam
A quem devo vive cobrando, isto é o mundo
Em que vivemos, venta muito
Frio nas costas janela aberta, som ao longe
Natal chegando, ano velho já vai embora
Chegará um novo, mas novo em que?
Nas mesmas coisas, nada muda pra melhor...
De repente começa tudo de novo,
cachorro late, pessoas falam, carro passa, eu escrevo...
ou melhor deixo cair os dedos no teclado